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Bebês com sinais de Autismo

Atualizado: 14 de set. de 2020


Temos como saber se o bebê antes do primeiro ano de vida tem riscos de entrar no espectro Autista.

Grupo de pesquisas com bebês apontam grande descoberta, resgatando filmagem de crianças com diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista) quando bebês.

Pesquisas realizadas na Franca e Itália com filmagem de bebês que posteriormente entraram no espectro Autista nos revela que desde muito cedo, nos primeiros meses de vida, sinais importantes de que o desenvolvimento deles estava com prejuízos.

Estes bebês, apesar de toda estimulação por parte dos pais para que os olhasse, não atendiam à esta súplica desesperada. Mostravam mais interesse em objetos do que nas pessoas e, o fator mais importante, não provocam os adultos para que os olhasse.

Isto mesmo, quem está acostumado a ver e interagir com bebês sabe que quando alguém fala com ele de maneira singular especialmente com o manhês, eles se derretem, e que quando lhe beijam os pés, barriga, mãos, etc. ficam faceiros, se entregando e deleitando com os carinhos e mimos. O bebê sente prazer em provocar prazer no outro. Pois é, bebês com sofrimento psíquico não apresentam o mesmo prazer e não se oferecem para o adulto. Não têm o mesmo interesse que outros bebês de provocar prazer no outro, ou seja, não demandam do outro.

Estes bebês são fechados em si mesmo e suas demandas são específicas.

Eles apresentam mais interesses em objetos do que em seres humanos. Alguns são tranquilos e quase não dão trabalho, pois se bastam, não "necessitam" do outro além da alimentação e cuidados básicos. Outros bebês são irritadiços e chorões, zangam-se com ruídos e som mais alto, e agem como se estivessem sempre incomodados.

O grande erro

Algumas correntes filosófica no passado responsabilizavam as mães de filhos com o TEA. Sabemos que isso é um erro, pois elas solicitam e investem energia psíquica nestes bebês, porém ele não responde às investidas maternas. Não sentem prazer em provocar satisfação nas mães e por mais que elas suscitem esta demanda, eles não respondem, e isto faz com que elas se sintam fracassadas nesta relação que só tem uma via, a materna. Tanto investimento sem retorno faz as mães se sentirem destruídas em sua função.

Imagine como é tentar chamar a atenção o tempo todo de alguém que ama e não obter respostas? Ou quando ela vem é muito pequena? Difícil né?!

Uma esperança

Alguns estudos com bebês revelam que a intervenção a tempo, ou seja, antes do primeiro ano de vida do bebê, que os sinais de riscos diminuem significativamente e mesmo aqueles que entrariam no espectro autista têm um ótimo prognóstico e futuramente não entram no espectro.

Isto se dá devido à intervenções que acontecem em um momento em que não há cristalização de estruturas e podemos evitar que o bebê se feche em si mesmo.

Outra questão importante é que a cognição ou inteligência está atrelado à vida psíquica e se não há relacionamento com o outro e com o meio, a cognição acaba ficando prejudicada, fato que é um agravante no quadro do espectro autista, lembrando que muitas dificuldades de crianças e adolescentes autistas ocorrem devido ao atraso cognitivo.

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Alessandra Bizeli Oliveira Sartori

Pedagoga - Unopar

Psicopedagoga - Unifev

Mestre em saúde da criança e do adolescente - UNICAMP

Especialista em Reabilitação Neuropsicológica - IPAF

Mediadora de Pei (Programa de Enriquecimento Instrumental) pelo International Institute for the Enhancement of Learning Potential de Feuerstein (Israel)

Extensão em Psicanálise

Docente de cursos de pós-graduação

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