Os pais chegam muito angustiados se perguntando, onde erraram.
Primeiro e único filho do casal, não tinham experiências de como lidar com o filho. Mas qual pai e mãe sabe tudo? Não existe nenhum, mesmo aqueles que estudam antes de serem pais, pois nenhuma criança é igual a outra.
Mesmo que os pais leiam sobre o assunto, temos o fator emocional envolvido... por isso, indicamos OP (Orientação profissional com os pais), com profissionais qualificados.
Mas onde esses pais erram?
Na verdade, o que esses pais estão perguntando é: De quem é a culpa?
Se culpam pelo filho ser diferente. Se culpam pelo filho não falar, não se relacionar, não serem iguais outras crianças.
Geralmente os grandes atrasos de desenvolvimento acontecem devido a questões neurobiológicas.
Os marcos do desenvolvimento ocorrem naturalmente. A criança senta, anda, fala dentro de um determinado tempo. Não existe esperar eternamente o tempo dela.
A culpa é a falta de estímulos adequados? Pode ser. Mas se for apenas isso, a culpa é de não ter crianças para estimular a interação?
Crianças são seres que se socializam naturalmente, desde o nascimento já buscam o outro para interagir.
A culpa é da genética? Pode ser, mas não tem como escolher a cor dos olhos, a cor dos cabelos, a personalidade que seu filho terá.
A culpa não é de ninguém e de nada. Buscar um culpado só atrapalha, pois paralisa e acarreta responsabilidade a algo que podemos não conseguir controlar.
O importante é ter consciência de que o atraso existe e estimular adequadamente o bebê daí para diante. Se ele terá algum transtorno ou não, isso só o tempo dirá, mas digamos que tenha algum transtorno, estaremos perdendo tempo? Absolutamente não! Com a estimulação adequada este bebê estará tendo todo acompanhamento que necessita.
Filhos não vem com manual de instrução, os pais procuram fazer o melhor que podem, o que acham certo, e muitas vezes se culpam, questionando onde foi que erraram. O importante é buscar ajuda e avaliação de um profissional e aceitar o filho que tem, pois ele é único e merece ser amado.
Busque ajuda para si também, pois temos sonhos e expectativas feridas que precisam ser elaboradas.
Conte com a sabiamente.
Autora: Alessandra Bizeli
Pedagoga, Psicoterapeuta, Mestre em saúde da criança e do adolescente pela faculdade de medicina da Unicamp
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